Todos os dias se junta à mesa para as refeições, mas não é uma convidada, é antes para comer ou não fosse a Dieta Mediterrânica recomendada por nutricionistas e cientistas que já estudaram os seus benefícios e a consideram um seguro de vida. Mais do que uma dieta, é um estilo de vida que já mereceu a aprovação da UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade.

A riqueza desta dieta está não só nos produtos tradicionais, repletos de nutrientes essenciais para o corpo, mas também nas receitas locais que não podem ficar atrás de tamanha responsabilidade. E são os alimentos que já existem na nossa gastronomia há séculos que melhor fazem à nossa saúde, como o pão, massas, arroz, hortaliças e legumes, fruta fresca e frutos oleoginosos (nozes, avelãs, amêndoas). A estes deve juntar o peixe (em consumo moderado), as aves, os lacticínios, os ovos e as carnes vermelhas (em quantidades moderadas). Os alimentos devem ser temperados com azeite, uma gordura natural, e acompanhados de vinho ou de água e infusões para manter o corpo hidratado.

Mas nem só de comida se faz esta dieta. O exercício físico, que deve ser de pelo menos 30 minutos, é essencial para manter um estilo de vida saudável e até o descanso é importante para manter o equilíbrio do corpo. A sazonalidade de alguns alimentos garante uma dieta diversificada e mais próxima do original.

A sua saúde é quem mais ganha com esta estilo de vida. Cientistas estudaram os efeitos da dieta mediterrânica e não podiam ser mais esclarecedores: é mais saudável para o coração, contribui para controlar o colesterol, os triglicéridos, a pressão arterial e a glicose e é eficaz contra alguns tipos de cancro.

Os benefícios já são conhecidos há séculos por quem segue esta dieta, mas são também reconhecidos pela UNESCO, que, em dezembro de 2013, lhe atribuiu o estatuto de Património Cultural Imaterial da Humanidade, após a candidatura portuguesa, promovida e representada pela cidade de Tavira. A iniciativa de Portugal contou com o apoio da Croácia, Chipre, Grécia, Espanha, Itália e Marrocos, países que mantêm o respeito por esta dieta.


Tavira assume-se por direito como a capital da dieta mediterrânica, celebrando todos os anos este património da Humanidade, com os objetivos de preservar este estilo de vida saudável e divulgar os seus benefícios.


O verão é por excelência a época do ano em que mais visitantes viajam para o Algarve, mas a região tem muito mais para oferecer noutras alturas do ano, como no início do outono. O InAlgarve elabora uma lista de cinco factores que explicam as vantagens de visitar o Algarve nesta época. Podiam ser muito mais, mas não podemos revelar todos os segredos de uma só vez!

 

1 - Clima muito agradável

 

A meteorologia no início do Outono costuma ser muito amiga do Algarve, com dias soalheiros e temperaturas máximas alguns números acima dos 20ºC. Sem o calor de outros tempos, é possível passar uns dias muito agradáveis de descanso e relaxe. Por outro lado, as noites ainda não estão muito frias, o que permite uma ida até à esplanada quando a lua já vai alta. Para este início de outono, as previsões apontam para temperaturas sempre acima da média.

 

2 - Mais espaço nas praias

 

Praias com espaço livre não faltam por esta altura. Os veraneantes apreciadores de dias muito quentes já partiram, bem como as famílias que nesta época já têm os filhos nas escolas. Por isso não se admire que veja extensos areais com muito espaço para colocar a toalha sem ouvir a conversa do vizinho. Com as temperatura amenas e a água mais quente do que em outras ocasiões do verão, não pense duas vezes e deixe-se embalar com o som das ondas.

 

3 - Restaurantes e bares com mais mesas

 

Depois de um verão intenso, o 'sururu' nos restaurantes, bares e esplanadas é por esta altura muito menos. Encontrar uma mesa não será uma tarefa nem árdua, nem duradoura. E tem ainda a vantagem de puder continuar a consumir produtos locais frescos, como o peixe. Certo que já não há sardinha, mas aventure-se a descobrir outras espécies que tanto enriquecem este mar. E pode sempre desfrutar de uma bebida ao entardecer com a tranquilidade que o Outono traz.

 

4 - Atividades físicas ao ar livre

 

As atividades físicas ao ar livre são agora privilegiadas. Com as temperatura mais amenas, já não é preciso levantar cedo ou esperar pelo final do dia para fazer bem pela sua saúde. Pode aproveitar as ecovias ou as ciclovias que existem já em bom número e com bons traçados para caminhadas e passeios. O golfe, apreciado por muitos visitantes, é também uma boa opção nesta altura, bem com atividades marítimas que precisem de ondulação e algum vento.

 

5 - Preços mais acessíveis

 

Este continua a ser um dos factores mais determinantes quando se pretende tirar uns dias de descanso. Depois da época alta, os preços tendem a baixar e a tornarem-se mais acessíveis. Os alojamentos têm à disposição uma oferta mais económica e também mais vasta devido à diminuição da procura. Se gosta de uma janela com vista para os areais e para o azul do Oceano, não hesite e faça já a sua reserva.


O burburinho ouve-se cá fora. Ainda antes de entrar, já se percebe a azáfama que se respira lá dentro. De um lado está quem vende os melhores produtos da região, vindos da terra ou do mar, do outro quem procura a melhor qualidade para levar para casa. Aqui não há segredos. O Mercado Municipal de Tavira não esconde o que de melhor tem para quem quer comprar. Prepare um cesto de compras grande, porque vai ser pequeno!

 

Não é preciso fazer apresentações para a laranja, que tanto caracteriza e dá cor à paisagem algarvia. Está por todas as bancas e não precisa de lutar pelo seu espaço, tem lugar de rainha. Há mesmo quem só se dedique a vender este fruto.

 

Entre o verde dos legumes e o colorido de outras frutas da época, sobressaem os produtos da terra. É fácil encontrar morangos da região ou, uma novidade que tem vindo a ganhar espaço, a manga. Mais pequena que aquela que conhecemos, tem o doce apurado pelo verão algarvio. Dê uma olhadela pelas bancas dos produtores locais, vai encontrar os produtos mais saborosos, criados de forma biológica. Pode até levar as sementes para fazer a sua própria horta ou encontrar todas as especiarias que quiser combinar e ainda chás para todos os gostos e necessidades.

 

Pode não ser um adjetivo comum, mas o Mercado de Tavira também é doce. O figo ou a alfarroba assumem a forma dos mais variados tipos de snacks, que o vão deixar com água na boca. O mel e a aguardente de medronho descem do barrocal à orla costeira, mostrando que serra e mar se cruzam tão bem. E por falar de mar, vai encontrar um dos mais apreciados sais do País ou a flor de sal, cada vez mais procurada. Extraído das salinas locais, o sal de Tavira é o único nacional que tem certificação DOP.

 


Do mar vem ainda o peixe, que tanta gente chama ao mercado. Além do carapau, da sardinha ou da cavala, o atum, o pata-roxa ou o polvo ainda se destacam entre os demais na banca do peixe. E não podíamos sair sem levar no cesto de compras, alguns dos mais apreciados mariscos. Não vai esquecer a amêijoa, a conquilha, as ostras ou os ligueirões.


Quem vê estas bicicletas em Tavira "primeiro estranha, mas depois acha muita graça". As palavras são de Filipe Saleiro, criador da TaviraPedicab que, ao lado do amigo Ricardo Nascimento, promete mudar a forma de ver a cidade. Mas esta não é uma bicicleta qualquer: é um rickshaw com capacidade para duas pessoas de todas as idades.

 

Com a ponte antiga a fazer de cenário, subimos a bordo para um passeio alternativo. Ao volante do rickshaw, Filipe começa por nos contar a lenda do rio, que tem dois nomes, Gilão e Séqua. Histórias de amor e desamor que nos guiam já para outros tempos. O bom tempo e o sol, tão característicos do Algarve, dão uma mãozinha a tornar o passeio ainda mais agradável.

 

A ideia usar o rickshaw para passeios veio do Oriente, onde este meio de transporte é bastante comum. Mas trazê-lo para Tavira não foi fácil, até porque só existe uma loja em Portugal que disponibiliza e assiste estas bicicletas. Mas Filipe e Ricardo foram persistentes e desde o verão que quem visita a cidade pode fazê-lo num meio de transporte totalmente amigo do ambiente.

 

"Quem anda, gosta muito", assegura Filipe, enquanto seguimos até ao Arraial Ferreira Neto, paredes meias com as milenares salinas que encantam quem visita a cidade e, assim, fica a saber como se produz o sal marinho. "Quem não anda, pensa que que a força é exclusivamente do pedal", continua o nosso guia-turístico. Mas está enganado. Estas bicicletas dispõem de uma bateria, pelo que "a força do pedal é apenas um acessório", garante Filipe.

 

Esta é uma condição importante quando se passeia pelas zonas altas da cidade como o Alto de Santa Ana, onde se pode contemplar o Rio Gilão e o castelo, já na outra margem. É já aí que Filipe nos apresenta a Igreja de Santa Maria do Castelo e a torre do relógio, que sobreviveu a várias remodelações e modificações e continua a marcar as horas da cidade. Fala-nos também da antiga sinagoga, agora convertida numa igreja.

 

A TaviraPedicab tem trajetos específicos, que incluem um passeio apenas pela zona central e histórica da cidade, uma visita às salinas por dois trajetos alternativos ou uma ida até à aldeia de Santa Luzia, já fora da cidade. Mas até aí Filipe e Ricardo são inovadores: o visitante pode escolher o percurso e os locais a visitar, fugindo a qualquer tipo de visita guiada. Daí que o preço seja estabelecido em tempo e não em trajeto.

 


As visitas podem ser feitas em quatro línguas: português, inglês, francês e espanhol. Os preços variam entre os 20 euros, de 30 minutos, e os 50 euros, se o passeio durar duas horas.