O dia 1 de Maio é mundialmente conhecido por ser o Dia do Trabalhador. É um dos mais celebrados a nível mundial e a data provém de dois factores: a correspondência com o protesto nas ruas de trabalhadores de Chicago (Estados Unidos da América), em 1886, e por ser também o dia cristão de São José Operário, santo padroeiro dos trabalhadores. Mas no Algarve, a tradição de festejar o primeiro dia do quinto mês do ano já vem de tempos remotos e apresenta diversas manifestações. Entre no espírito e comece o maio em festa!
 
Maios ou Maias
 
Uma das tradições mais antigas são os Maios ou Maias, consoante o género, dos bonecos cheios de trapos ou papel de jornal colocados nas ruas, jardins, ou até telhados. Os bonecos são enfeitados durante a noite de 30 de abril para 1 de maio a gosto dos seus executantes, normalmente com flores campestres. Mas também podem ter um caráter crítico ou até satírico. É um elemento de modernidade da antiga tradição romana, que comemorava a primavera e a fecundidade, prestando culto à natureza.
 
'Atacar o maio'
 
Manda a tradição que no primeiro dia do mês se deve 'Atacar o Maio'. A tradição nada tem de violento, mas antes é extremamente muito saborosa. Devem-se comer figos condimentados com erva-doce ou outros frutos secos. Obrigatório é o copo de aguardente de medronho.
 
Festas populares
 
As festas populares são outro ponto importante para festejar este dia. Por diversas aldeias do Algarve, em particular do interior, há festejos tradicionais, com muita animação. E se não houver festa, há de certeza um bailarico em qualquer lado ao som de música popular.
 
Caracóis
 
Outra das tradições mais caraterísticas desde dia é um verdadeiro festim para os amantes do petisco: comer caracóis! Por todo o lado, cafés e restaurantes servem estes pequenos seres. Se não gostar, junte-se no convívio!
 
Piqueniques
 

Maio é tempo de primavera e de bom tempo. Por isso, este dia é também um momento ideal para fazer piqueniques, normalmente no campo. Prepare a merenda e embrenhe-se nas paisagens campestres do Algarve.

O Hotel Guadiana, em Vila Real de Santo António, está prestes a ter cara nova. Na primeira semana de maio arrancam as obras de reabilitação, que devem durar dez meses.

 

A intervenção prevê a manutenção da fachada e dos principais elementos do edifício, mas contempla a renovação dos espaços para adaptação aos padrões de conforto e exigência de uma unidade de cinco estrelas. O Hotel vai ser dotado de 31 quartos: 15 duplos, 3 suítes júnior e 13 quartos individuais).

 

Para Luís Gomes, presidente da autarquia, esta "obra representa o primeiro passo de recuperação da frente ribeirinha de VRSA". Outros pontos a avançar são a recuperação de um edifício na Ponta da Areia para instalação de uma área de beach club e a integração do edifício da Alfândega, que terá um espaço museológico.

 


Desenhado pelo arquiteto Ernesto Korrodi, o Hotel Guadiana foi inaugurado em 1921. A sua construção ficou a dever-se ao industrial conserveiro Manuel Ramirez, que verificou a necessidade de instalar comerciantes nacionais e estrangeiros em VRSA. Com um estilo 'afrancesado', o imóvel está classificado como imóvel de interesse municipal desde 2010.


Quarteira passa a partir de agora a contar com um hostel na sua oferta hoteleira. O Conii Hostel & Suites está instalado no centro da cidade num edifício com 120 anos, que foi reabilitado.

 

O projeto para instalar um Hostel em Quarteira surgiu em 2014 e desde então procedeu-se à recuperação do edifício, datado de 1896, com preocupação para a preservação da traça e da personalidade arquitetónica.

 

O edifício mantem o seu enquadramento urbano e histórico, mas adaptado à funcionalidade e comodidade de um hostel. O nome escolhido também tem um simbolismo histórico: Conii é o termo em latim para designar o povo que viveu na Península Ibérica na era pré-romana, também designado por Cónio ou Cinetes.

 


Para receber os hóspedes, o hostel tem 58 camas, 14 em quarto Twin com wc privado e as restantes m beliche, receção, sala de estar, cozinha comunitária e bar.


É uma das grutas mais bonitas do mundo e um dos 50 locais que deve visitar antes de morrer. Aceder ao Algar de Benagil só de barco ou a nado, em maré baixa, mas agora também pode ir pelo céu. Pelo menos virtualmente. Esse foi o trabalho feito por Hélder Afonso, fotógrafo e realizador de vídeos com drone, e partilhado na sua página 'Portugal Visto do Céu'.

O resultado é impressionante. O vídeo começa por filmar a costa algarvia, com as suas praias entre fortes arribas, e a réplica de uma antiga embarcação portuguesa, para depois desvendar um dos segredos mais fantásticos do Algarve. Voando sobre a costa, a partir do minuto 2 é possível ver a entrada superior do Algar. E entrar nele a partir do céu.

O Algar de Benagil é uma cavidade natural formada a partir da erosão, neste caso o mar e o vento, criando uma praia no seu interior. Situado a dezenas de metros da praia com o mesmo nome, o Algar é um dos pontos mais atrativos da região e muito visitado através de passeios de barco. As fotos desta maravilha natural são das mais partilhadas em todo o mundo.

Agora, além de ir por mar, também pode conhecer o Algar através do céu, com a ajuda de Hélder Afonso, enfermeiro e fotógrafo de Coimbra, que já mostrou várias paisagens de todo o País, incluindo o oceano Atlântico que banha o Algarve, através de imagens captadas por drone e partilhadas na página de Facebook 'Portugal Visto do Céu'.

Assista ao vídeo e descubra um dos segredos mais fantásticos do Algarve.



São pequenos e fáceis de manobrar, mas os barcos que saem das mãos do mestre Vitorino, do atelier Construção Naval em Miniatura, são "reais". Isto é o mesmo que dizer que são a réplica perfeita à escala em miniatura de embarcações típicas do Algarve.
 
"Aprendi com o meu pai a fazer barcos de cortiça", começa por explicar o mestre Vitorino, sublinhando que só faz barcos do Algarve, em particular do Sotavento. Vitorino não é homem do mar, mas a investigação que já fez aos barcos algarvios, faz dele um verdadeiro conhecedor de barcos.
 
Para iniciar a construção de uma miniatura, é sempre feita uma planta da embarcação, para que todas as medidas estejam certas. A partir daí, o mestre faz as investigações necessárias aos pormenores para o tornar real.
 
Das suas mãos já saíram todos os tipos de barco, desde os tradicionais até aos da Pesca de Atum, como os que se podem encontrar no Museu do Hotel Vila Galé Albacora, outrora o Arraial Ferreira Neto, e sem esquecer as réplicas do Caíque Bom Sucesso e de Os Cavalinhos, um saveirinho recuperado recentemente em Santa Luzia.
 
E como são os barcos algarvios? "É uma tipologia de barco que tem esperteza, são rápidos, fáceis de navegar e com um contraste de cores. São bonitos", afirma o mestre.
 

Além dos barcos já feitos, pode mandar fazer uma réplica. Basta ter uma fotografia e contactar o atelier Construção Naval em Miniatura, situado em Bias do Sul, Olhão, através do mail cnm_artesanato@sapo.pt ou do telefone 289 793 965.

O anúncio do início da renovação foi feito pela autarquia louletana na página oficial do Facebook. "O Café Calcinha vai ser devolvido aos louletanos. Espaço de memória cultural e convívio", pode ler-se na mensagem, acompanhada por uma fotografia da fachada do edifício, onde está colocado um painel com uma imagem da atividade social de outros tempos. "Estamos a renovar o "nosso" Calcinha", lê-se na mesma imagem.

 

Aberto desde 1927, o Café foi adquirido pela autarquia de Loulé, que temia o seu encerramento. O espaço situado no número 67 da Avenida da República integra a rede nacional de Cafés com História e tem estatuto de utilidade pública. O Café Calcinha tornou-se ponto de paragem obrigatória para o poeta António Aleixo, que ali foi homenageado com uma estátua.

 


Na segunda metade do século XX foi palco para muitas tertúlias e recebeu muitas figuras públicas. O espaço vai ser renovado, mas vão manter-se os elementos essenciais: fachada, interior e elementos decorativos em madeira trabalhada. Deve reabrir no final deste ano, dando particular destaque aos produtos típicos do concelho.

É uma das plantas mais raras do mundo e um dos segredos do Algarve. A adelfeira é uma planta que se pode encontrar na serra de Monchique e mais perto de Odeceixe também e tem o seu período de floração apenas em maio e junho, quando as bonitas flores salpicam de lilás o verde da serra.
 
A adelfeira é também conhecida como adelfa, rododrendo ou até loendro, nome dado a outra planta semelhante e que há distância até se pode confundir. Em Portugal, pode encontrar-se, para além da zona de noroeste do Algarve, na Serra do Caramulo. Fora do País, foi apenas encontrada na Andaluzia, Espanha.
 
Mas nem sempre foi assim. A planta existe desde o período pré-glaciário, quando ocupava toda a Europa. Mas durante o arrefecimento global e consequentes glaciações, ficou restringida a zonas onde não havia formações de gelo. Esta significante alteração climática reduziu o seu habitat a raras zonas.
 
A adelfeira cresce em vales abrigados, húmidos e perto de linhas de água e à sua existência estão associados o feto-real, a flor Campanula primulifolia e a faia das ilhas. É neste habitat que se pode encontrar ainda o Lagarto d'Água, cuja população na região está em risco de extinção devido ao seu isolamento, e a rã-ibérica.
 
Contudo, a adelfeira não é uma perfeita desconhecida. Em tempos, a sua lenha era usada para construir os taipais das carroças de bois. Substituída a força animal na agricultura pelas máquinas, a planta perdeu utilidade, mas nem por isso deixou de embelezar a região.
 
Maio e junho são os meses em que as adelfeiras abrem as suas bonitas flores e pintam a paisagem de lilás, num espectáculo que merece ser visto. Para as encontrar, pode seguir a Rota das Árvores Monumentais, situada em Monchique, que a Via Algarviana preparou em parte do seu percurso. E se vir uma, preserve-a.
 

A sua existência é muito ténue. Contudo é preciso ter atenção: as adelfeiras contêm um tipo de veneno que causa perturbações intestinais, como a diarreia. Ainda assim, e apesar do desconforto, não são mortais.

Duas cidades algarvias estão entre as mais belas de Portugal. A escolha é do Blog Love Travel, dedicado ao turismo, que elege Tavira e Silves, como duas das mais bonitas localidades nacionais.

 

No artigo intitulado 'As 10 mais bonitas cidades de Portugal' e inserido na categoria 'Melhores Cidades do Mundo', Tavira é a primeira a ser mencionada, através da fotografia que pode ver acima.

 

Imediatamente a seguir nesta lista, surge Silves, acompanhada de uma fotografia tirada durante a sua Feira Medieval, uma das mais emblemáticas de todo o País e que ocorre anualmente na cidade em agosto.


Numa altura em que se assinalam os 42 anos da Revolução do 25 de abril e os 40 da assinatura da Constituição da República Portuguesa pela Assembleia Constituinte, vamos recordar os nove deputados que representaram a região nesse momento tão importante da vida democrática portuguesa.
 
Entre as forças políticas com assento na Assembleia, o PS tinha o maior número de representantes: António José Sanches Esteves, Emídio Pedro Águedo Serrano, Eurico Faustino Correia, Eurico Manuel das Neves Henriques Mendes, já falecido, Luís Filipe Nascimento, pai da também socialista Jamila Madeira, e Manuel Ferreira Monteiro.
 
Assinaram também o texto fundamental Luís Manuel Alves de Campos Catarino, já falecido, pelo MDP/CDE, partido que viria a ser já na década de 90 uma das correntes fundadoras do BE, Carlos Alfredo de Brito, pelo PCP, e Cristovão Guerreiro Norte, pai do atual deputado Guerreiro Norte, pelo PPD/PSD.
 
Pelos 40 anos, os deputados da Assembleia Constituinte, formada para aprovar o texto fundamental e que se extinguiu com a aprovação do mesmo a 2 de abril de 1976, foram reconhecidos como deputados honorários, recebendo no Palácio de São Bento um diploma honorário, reconhecendo os serviços prestados ao País. Estiveram presentes nessa cerimónia Carlos Brito, Cristóvão Guerreiro Norte e Eurico Faustino Correia.
 

A Assembleia Constituinte foi eleita a 25 de abril de 1975, um ano após a Revolução, naquelas que foram as eleições com maior participação. Foram eleitos 250 deputados, que haveriam de serem responsáveis de discutir, elaborar e aprovar a Constituição da República Portuguesa, além de colocar um ponto final nas instituições ligadas ao antigo regime do Estado Novo.

Há palavras que só os algarvios dizem e entendem. São fruto de um uso próprio da língua ou transformações regionais adaptadas à realidade local, que perduraram durante muitas gerações. Nas zonas interiores algarvias, votadas a prolongado isolamento, há ainda variações linguísticas mais pronunciadas. Algumas já caíram em desuso, mas outras continuam a ser usadas no dia a dia.
 
Fomos consultar o 'Dicionário de Falar Algarvio' de Eduardo Brazão Gonçalves e apresentamos algumas palavras que só quem 'fala' algarvio entende.
 
Abaixaneira - É usada para descrever uma dor de barriga violenta e prolongada ou até diarreia;
 
Arraboiça - Significa qualquer coisa que está mal arrumada. Também poder usada na expressão "tira daí essa arraboiça";
 
Borregas - O nome dado às filhas das ovelhas pode também ser usado para descrever as nuvens grandes e carregadas que antecipam a chuva;
 
Cagaçalista - Este é um termo mais usado na zona de Boliqueime, Loulé, e que quer designa alguém que é vaidoso;
 
Griséus - É uma palavra que continua a ser muito usada e que define o vegetal conhecido a nível nacional por ervilhas.
 
Fofeira - Quando alguém usa este termo está a referir-se ao rabo ou às nádegas;
 
Labordar-se – Este verbo significa sujar-se muito;
 
Ocupada - É o exemplo de uma palavra que sofreu uma transformação regional. É usada em relação a uma mulher quando se quer dizer que está grávida;
 
Pailão - O termo é usado para descrever um homem mole ou pouco ativo;
 
Vindiço - Se alguém for um intrometido, não hesite e chame-o de "vindiço".

O nome não mente. A Adega do Cantor recebeu o nome de um dos seus proprietários: Sir Cliff Richard. O cantor britânico conheceu e apaixonou-se pelo Algarve há 40 anos e do seu sonho, plantar uma vinha, nasceu a Quinta do Moinho nas encostas de Albufeira com vista para o mar, onde também se situa a Adega. A ela juntam-se a Quinta do Miradouro e a Quinta do Sobreira, propriedades da família Birch.
No total, as três quintas ocupam uma área de 26 hectares, onde são cultivadas as castas aragonês, alicante bouschet, syrah, verdelho e viognier, numa heterogeneidade de solos, que variam entre os argilo-calcarios, mais arenosos ou mais argilosos.
As vindimas começam logo no início de agosto, enquanto muitos repousam nas areias das praias algarvias. De um processo manual e seletivo, as uvas são escolhidas e levadas para Adega do Cantor, onde são processadas e transformadas em 100 mil garrafas de "vinhos mais gastronómicos", como explica Rúben Pinto, enólogo da Adega.
Da Adega saem duas gamas de vinhos tintos: a Vida Nova e a Onda Nova. Na primeira, o nome não foi escolhido ao acaso. Vida Nova, que se pauta por ter duas ou mais castas, é associada ao "renascimento do vinho algarvio", explica Rúben Pinto, que "à época estava muito em baixo". Já a Onda Nova carateriza-se por ser uma gama monovarietal. Além destas gamas, há ainda uma novidade a sair da Adega do Cantor: o espumante branco.

A Adega do Cantor não se ficou pelo nome e produz atualmente vinhos cuja qualidade é reconhecida pelos apreciadores. Da produção anual, cerca de 40% é para o consumo interno e os restantes 60% seguem para exportação.

A consultora Bloom Consulting Portugal City Brand Ranking elaborou o ranking das cidades portuguesas e uma as vertentes é quais as melhores a visitar. Neste capítulo, o Algarve está representado com cinco.

 

Albufeira é a primeira localidade a visitar no Algarve e a quarta do ranking nacional. Esta cidade perdeu uma posição, face a 2015, e surge depois de Lisboa, Porto e Funchal.

 

Segue-se Portimão, a segunda cidade algarvia neste ranking e a sexta a nível nacional, mantendo a posição que já mantinha no ano passado. Tavira surge no terceiro lugar regional e nono a nível nacional, tendo perdido duas posições, face ao ranking anterior.

 

Em quarto lugar no que se refere ao Algarve, está Faro que perdeu três posições desde o ano passado e ocupa agora a 13ª posição nacional, ultrapassando Lagos, que agora fecha o ranking regional, depois de ter caído sete posições face a 2015 para a 15ª posição nacional.

 


Nota ainda para a saída de Loulé do top-25 das cidades nacionais a visitar, depois de ter caído 14 lugares.


O azeite Monterosa, produzido em Moncarapacho, Olhão, conquistou cinco medalhas, entre as quais duas de ouro, em vários concursos internacionais que decorreram na primeira quinzena de abril.

O ouro chegou no New York International Olive Oil Competition, o mais prestigiado concurso da atualidade em que participam mais de 800 azeites de 26 países, e foi entregue aos monovarietais Picual e Verdeal. Já o azeite Maçanilha foi contemplado com a medalha de prata. Este é já o quarto ano consecutivo que os Azeites Monterosa conquistam o ouro neste concurso.

 


Ainda antes, do Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra de Los Angeles, os Azeites Monorietais tinham conquistado cinco medalhas, das quais quatro de prata. Os monovarietais Maçanilha, Picual, Verdeal e Cobrançosa ficaram no segundo lugar do pódio e a nova variedade Frantoio conquistou a medalha de bronze.


Um facto concreto é que a Igreja de Santiago, em Tavira, foi construída no século XIII pela Ordem Militar de Santiago da Espada, que lhe deu o nome. Mas o seu passado e o futuro daí em diante estão envoltos em mistério. Vamos tentar estabelecer o percurso histórico desta Igreja, uma das mais antigas da cidade.
 
Começando pelo período anterior à existência da Igreja, não se sabe ao certo se no local havia uma mesquita, porque, explica o historiador de arte Daniel Santana, foram encontrados vestígios da existência de um templo muçulmano na Igreja de Santa Maria Maior, situada a poucos metros da Igreja de Santiago. Certo é que as duas Igrejas têm a mesma orientação: viradas para nascente.
 
A primeira informação oficial sobre a Igreja data de 1270 quanto esta foi retirada à Ordem pelo rei D. Afonso III e entregue ao Bispo de Silves, à época responsável máximo da Igreja Cristã no Algarve. Contudo, os vestígios mais antigos encontrados nesta Igreja datam apenas do século XVI e podem ser observados na Capela do Sagrado Coração de Jesus, onde se encontra uma pedra encrostada sob o altar e os arcos de uma antiga capela que já existiria dentro da Igreja.
 
Um dos pontos mais envoltos em mistério na história da Igreja acontece com o terramoto de 1755. Apesar de não haver relatos da época que testemunhem a sua destruição com o abalo, certo é que a sua configuração arquitetónica mudou radicalmente. O arquiteto Diogo Tavares é apontado como o responsável pela sua reconstrução, durante o século XVIII, tendo em conta a similitude com outros pórticos assinados por ele.
 
Dessa reconstrução, pode atualmente ser observado o acervo artístico constituído pelo retábulo (séc. XVIII), a Capela-Mor (séc. XIX), um conjunto de pinturas de grande dimensão sobre a 'Vida da Virgem', datadas dos sécs. XVIII e XIX, a imagem de Santiago na figura de peregrino com um chapéu de abas largas e conchas e ainda uma pintura que dá vida ao sonho do Rei Ramiro das Astúrias, em que Santiago é representado a conquistar a Península aos Mouros.
 
Uma boa parte do acervo artístico que atualmente está na Igreja de Santiago decorre da transferência de outros templos, na sequência do terramoto. Quem visitar a Igreja pode contemplar retábulos de Santa Rita de Cácia e de Nossa Senhora da Graça, que vieram de outras Igrejas, a estátua de Nossa Senhora A Franca, que pertencia à família tavirense Correia da Franca, telas da ascensão da Nossa Senhora e da Nossa Senhora da Natividade e a imagem de São Gonçalo de Lagos, um santo português pertencente à Ordem de Santo Agostinho.
 

Entre o espólio artístico encontra-se um verdadeiro achado histórico. São quatro painéis descobertos na Ermida de São Pedro em 1945, mas cujo registo histórico aponta a sua origem para a Igreja de Santa Maria. Os painéis representam São Batista, São Vicente, São Brás e São Pedro e foram pintados originalmente no séc. XV, mas no século seguinte, os painéis foram alvo de nova pintura. Aquando da sua descoberta, foram removidas as pinturas mais recentes de duas representações, São Brás e São Pedro, pelo Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, mas a discussão adensou-se sobre o levantamento das pinturas e as representações de São Vicente e São Brás mantiveram-se intactas, sabendo-se que existe uma pintura original do séc. XV sob as atuais. A propósito, pensa-se que, sobre este conjunto, haja um quinto painel ainda por descobrir.


O projeto já existe a nível nacional e internacional e alguns locais e património já estão identificados, mas agora as entidades algarvias preparam-se para assinar uma Carta de Compromisso para valorizar e dinamizar a Rota Omíada na Região.


A assinatura desta Carta acontece em Alcoutim, vila onde foi encontrado o maior conjunto de jogos de tabuleiro omíadas, a 22 de abril, com a presença do autarca local, Osvaldo dos Santos Gonçalves, do presidente da Região de Turismo, Desidério Silva, e da diretora regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, parceiros deste projeto que se estende por mais seis países do Mediterrâneo: Espanha, Itália, Tunísia, Egipto, Jordânia e Líbano.


Este compromisso pretende concretizar de um conjunto de ações de valorização e dinamização da Rota Omíada, estabelecendo um itinerário que irá percorrer o legado que a dinastia árabe construiu ao longo de três séculos (711 a 1031) na cultura e património da região.


A nível internacional, pretende-se que seja estabelecido um grande itinerário turístico-cultural ao longo dos sete países que fazem parte do Projeto Umayyad.


Recorde-se que o Algarve já dispõe de uma aplicação móvel, que permite aos visitantes consultar toda a informação sobre o legado histórico em cada localidade e ainda outras informações relevantes.


Durante meio ano dezenas de famílias inteiras deixavam as suas casas e mudavam-se para o arraial de apoio à pesca de atum. Ali viviam em comunidade numa aldeia à escala pequena. Foi assim durante décadas no Arraial Ferreira Neto, uma das estruturas montadas junto à Ria Formosa e que ainda hoje persiste depois de ter sido recuperado como unidade hoteleira.
 
O Arraial Ferreira Neto foi construído do lado interior da Ria Formosa em 1941 para substituir o Arraial Medo das Cascas (nome que recebeu pela enorme quantidade de cascas de ostras que havia no local), que se situava na ilha de Tavira e que foi desativado em virtude das difíceis condições climatéricas que colocaram em causa os edifícios.
 
O Arraial, a que foi dado o nome de um dos administradores da Companhia das Pescarias do Algarve que muito lutou pelos pescadores, foi desenhado com o conceito de uma unidade urbana, estando as habitações independentes das áreas de transformação e armazenamento do atum. No total, era possível que ali vivessem 150 famílias e que tinham tudo o que precisavam: mercearia, café, barbearia, escola e até capela, oferecida em 1958 por um magnata de Tavira e que tinha capelão, a quem competia benzer os as redes, os pescadores e as embarcações e que recebia a primeira pescaria da época. Ainda hoje é possível ali fazer casamentos e batizados.
 
O número de pessoas que participava nas campanhas variava de ano para ano, mas há registos de ali terem vivido mais de 450 pessoas. As casas dos camaradas eram espaços de poucos metros quadrados onde chegavam a viver até oito pessoas, contando as crianças.
 
Tantas pessoas a conviver num espaço tão exíguo dava, por vezes, confusão. Junto à porta principal do arraial, virada para a Ria Formosa, estava a casa dos patrões e a torre de vigia, de onde se pode ver todo o arraial e a almodrava, o conjunto de redes da pesca do atum. Esta vigia servia para controlar e assentar todos os acontecimentos da comunidade num diário de bordo, como por exemplo as zaragatas ou as bebedeiras, punidas com três níveis de pena: na primeira vez, o envolvido perdia o subsídio diário de 10 escudos, na segunda vez era levado à capitania e podia ser preso e, à terceira vez, podia ser expulso.
 
Durante três décadas, o Arraial funcionou em pleno com grandes campanhas de pesca. No mar estava instalada durante vários meses a almodrava, um estrutura complexa de redes com 9 quilómetros de comprimento e 3 kms de largura, 20 barcos e cerca de 300 pessoas. A armação era montada no início da campanha e desmontada apenas meses depois, capturando durante esse tempo o atum de direito, que ia gordo desovar no Mar Mediterrâneo, e o atum de revés, que vinha de regresso já magro. Para atrair o atum eram colocados no areal junto ao Arraial vários montes de variedades de peixe, que serviria com isco. Um pescador era chamado e, de costas, sem saber o que estava a selecionar, destinava cada monte a um barco diferente.
 
A década de 70 é dramática para a captura de atum no Algarve. Em 1971, é apanhado apenas um atum, número repetido no seguinte. Era o fim do Arraial Ferreira Neto enquanto base de apoio à pesca do atum.
 
Durante os anos seguintes, os edifícios serviram de habitação para pescadores e, após 1974, receberam emigrantes portugueses retornados de Angola. Mas em 1991, dava-se o seu encerramento do Arraial, que nos anos seguintes se viu votado ao abandonado, ao vandalismo e até à pilhagem.
 
Em 1996 foi comprado pela Vila Galé para a instalação de uma unidade hoteleira. A Companhia de Pescarias do Algarve acedeu ceder as instalações com uma condição: manter as caraterísticas do complexo o mais possível similares ao original. O acordo foi cumprido e ainda hoje os quartos, que antes eram as habitações dos pescadores, mantêm o chão de Santa Catarina ou de Santa Teresa.