As
pragas algarvias eram rogadas em combates verbais, sempre que os
algarvios se irritavam. Ou as algarvias. Na realidade eram elas que
mais recorriam a estes dizeres populares para afetar o interlocutor,
principalmente nas zonas litorais, como em Monte Gordo, Fuzeta ou
Alvor.
E
quem as ouvia ficava com as orelhas a arder. Irónicas, caricaturais,
malévolas, jocosas, mordazes e até com um toque de superstição,
as pragas algarvias atingiam em cheio. Nos dias que correm já são
pouco usadas e recordadas com piada.
Deixamos
aqui algumas para que recorde e sorria com estes dizeres tão típicos
da alma algarvia:
-
"Permita Deus que tenha uma febre tão grande, tão grande que
lhe derreta a fivela do cinto."
-
"Não sabia dar-lhe uma dor tão grande que nunca mais parasse,
que quanto mais corresse mais lhe doesse e, se parasse, rebentasse…"
-
"Permita Deus que aches uma carteira cheiinha de dinheiro, mas
quando te abaixares para a apanhar te caia o tampo do pêto"
-
"Permita Dês que toda a comida que hoje quemeres, amanhã a vás
cagar ao cemitério já de olhos fechados"
-
"Havias de apanhar tante sol, tante sol, que t’aderretesses
toda e fosse preciso apanhar-te às colheres como a banha"
-
"Oh maldeçoade havia de te crescer um par de cornos tão
grandes e tão pequenos, que dois cucos a cantarem, cada um na sua
ponta, não se ouvissem um ao outro".
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