segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

As pragas algarvias são das boas


As pragas algarvias eram rogadas em combates verbais, sempre que os algarvios se irritavam. Ou as algarvias. Na realidade eram elas que mais recorriam a estes dizeres populares para afetar o interlocutor, principalmente nas zonas litorais, como em Monte Gordo, Fuzeta ou Alvor.

E quem as ouvia ficava com as orelhas a arder. Irónicas, caricaturais, malévolas, jocosas, mordazes e até com um toque de superstição, as pragas algarvias atingiam em cheio. Nos dias que correm já são pouco usadas e recordadas com piada.

Deixamos aqui algumas para que recorde e sorria com estes dizeres tão típicos da alma algarvia:
- "Permita Deus que tenha uma febre tão grande, tão grande que lhe derreta a fivela do cinto."
- "Não sabia dar-lhe uma dor tão grande que nunca mais parasse, que quanto mais corresse mais lhe doesse e, se parasse, rebentasse…"
- "Permita Deus que aches uma carteira cheiinha de dinheiro, mas quando te abaixares para a apanhar te caia o tampo do pêto"
- "Permita Dês que toda a comida que hoje quemeres, amanhã a vás cagar ao cemitério já de olhos fechados"
- "Havias de apanhar tante sol, tante sol, que t’aderretesses toda e fosse preciso apanhar-te às colheres como a banha"
- "Oh maldeçoade havia de te crescer um par de cornos tão grandes e tão pequenos, que dois cucos a cantarem, cada um na sua ponta, não se ouvissem um ao outro".

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