É
uma autêntica mina a que está debaixo da cidade de Loulé. A 230
metros de profundidade ou 30 metros abaixo do nível médio do mar,
mais de 45 quilómetros de túneis escondem uma riqueza com cerca de
230 milhões de anos. O InAlgarve foi
à descoberta da Mina de Sal Gema e ficou deslumbrado. É que o sal é
apenas a primeira riqueza de um património inigualável em todo o
País.
A
mina, também denominada por Mina Campina de Cima e explorada
pela CUF - Químicos Industriais S.A., pertencente ao Grupo Mello,
existe desde 1964, mas continua a ser desconhecida de muitos. Além
da sinalização existente, a face visível da estrutura são apenas
duas torres, que servem de entrada e saída de pessoas e matéria
prima. O resto desenrola-se completamente lá baixo, nos túneis que
crescem por quatro andares debaixo da cidade.
O
engenheiro Alexandre Andrade apresenta com o orgulho os cantos à
casa. Começa por explicar que o sal extraído tem um grau de pureza
de 96%, apesar da tonalidade castanha. A indústria química já foi
o principal destinatário desta matéria, agora o sal segue para a
alimentação animal ou para a segurança rodoviária, derretendo a
neve nas estradas.
A
enorme massa de sal formou-se há cerca de 230 milhões de anos,
quando o mar ali chegava. A descida da placa terrestre da Europa em
direção ao continente africano formou um sistema lagunar de
água salgada, que acabou por ficar soterrado devido à ação das
forças tectónicas.
Os
túneis escavados pela ação do homem têm cerca de 4,5 metros de
altura e 10 de largura. É este o maior espaço subterrâneo
visitável em Portugal. Já houve vários projetos para tornar a mina
um espaço de atração turística, com a criação de um museu ou de
um hotel, mas acabaram por ficar na gaveta. Ainda assim, já ali
foram realizadas algumas ações como exposições, projeções de
cinema ou um episódio do programa da RTP 'Prós e Contras'.
Mas
uma das maiores riquezas da mina está nos benefícios na saúde
através da haloterapia, ou terapia de sal. Estudos comprovaram que
respirar o ar da mina por um certo período de tempo, cerca de 4 a 6
horas diárias e durante algumas semanas, tem um enorme efeito
curativo em doenças respiratórias, como a asma, e outras associadas
aos ossos. A mina aceita receber ocasionalmente alguns visitantes
para ali realizar tratamentos, mas não existe um programa corrente.