Das
mãos de artesãos nasce um dos elementos mais tradicionais do
Barrocal: a empreita. Sob a forma de ceiras, açafates, cestaria,
chapéus esteiras ou malas de senhora, as folhas de palma
entrelaçadas dão forma ao tradicional artesanato algarvio.
A
arte da empreita surgiu da necessidade de transportar bens,
essencialmente alimentares, como figo, alfarroba ou amêndoa, num
tempo que em não havia a disponibilidade de outro tipo de sacos. Em
açafates, ceiras ou cestaria, a arte popular tornou-se útil, em
vassouras, tapetes, vasculhos, capachos, bases para mesa, fruteiras,
revestimentos para garrafas, e popular, fazendo parte da decoração
das habitações.
O
nome deste tipo de artesanato provém de 'empreitada', que
determinava o valor final do objeto pela quantidade e qualidade da
matéria-prima usada: a folha de palma anã, um planta típica do
Barrocal algarvio. As folhas são apanhadas verdes e deixadas a
secar, divididas pelo tamanho. É este o elemento que define que tipo
de objeto que pode ser feito. Podem ser usadas secas ou tingidas,
para dar cores e desenhos que ornamentam a empreita.
O
trabalho de entrelaçar as folhas de palma era responsabilidade das
mulheres, principalmente quando havia menos trabalho no campo. E a
arte é tão morosa e dolorosa para as mãos que é vista com
respeito.
A
empreita perdeu espaço na vida quotidiana com a chegada de objetos
que a substituíam. Mas a sua arte fina nunca deixou de encantar e
ganha agora fôlego com o projeto TASA e a empresa Companhia das
Cestas, que produz objetos personalizados e acessórios que estão a
conquistar celebridades internacionais.
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