segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Das mãos nasce a arte da empreita


Das mãos de artesãos nasce um dos elementos mais tradicionais do Barrocal: a empreita. Sob a forma de ceiras, açafates, cestaria, chapéus esteiras ou malas de senhora, as folhas de palma entrelaçadas dão forma ao tradicional artesanato algarvio.

A arte da empreita surgiu da necessidade de transportar bens, essencialmente alimentares, como figo, alfarroba ou amêndoa, num tempo que em não havia a disponibilidade de outro tipo de sacos. Em açafates, ceiras ou cestaria, a arte popular tornou-se útil, em vassouras, tapetes, vasculhos, capachos, bases para mesa, fruteiras, revestimentos para garrafas, e popular, fazendo parte da decoração das habitações.

O nome deste tipo de artesanato provém de 'empreitada', que determinava o valor final do objeto pela quantidade e qualidade da matéria-prima usada: a folha de palma anã, um planta típica do Barrocal algarvio. As folhas são apanhadas verdes e deixadas a secar, divididas pelo tamanho. É este o elemento que define que tipo de objeto que pode ser feito. Podem ser usadas secas ou tingidas, para dar cores e desenhos que ornamentam a empreita.

O trabalho de entrelaçar as folhas de palma era responsabilidade das mulheres, principalmente quando havia menos trabalho no campo. E a arte é tão morosa e dolorosa para as mãos que é vista com respeito.

A empreita perdeu espaço na vida quotidiana com a chegada de objetos que a substituíam. Mas a sua arte fina nunca deixou de encantar e ganha agora fôlego com o projeto TASA e a empresa Companhia das Cestas, que produz objetos personalizados e acessórios que estão a conquistar celebridades internacionais.

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