O nome
remete para o seu passado civilizacional, mas quem passa atualmente
por Vilamoura dificilmente dará conta dos vestígios arqueológicos
históricos existentes. A estância turística de luxo que ali foi
construída há meio século não apagou as memórias romanas e
árabes que os séculos conservaram.
Os
primeiros registos de habitantes naquela região datam da Idade do
Bronze, conforme são testemunho as sepulturas descobertas na Vinha
do Casão. Mas haviam de ser os romanos a construir uma 'Villa', a
partir do I d.C., no local que hoje se denomina por Cerro da Vila.
Desse
período, foram encontrados vestígios arqueológicos do núcleo
residencial junto do porto, balneários, tanques de uma fábrica de
salga de peixe, as fundações de uma torre funerária e uma zona
portuária.
Após
a desfragmentação e consequente fim do Império Romano, os
Visigodos instalaram-se na região, sendo sucedidos pelos Omíadas,
que ocuparam as antigas ruínas romanas e as modernizaram à sua
época. Durante a sua ocupação foi construído um conjunto de silos
no interior das casas. Os vestígios encontrados permitiram perceber
que durante este período, a população se repartia entre as
atividades da pesca e da agricultura.
A
época marcou o encontro entre a antiga 'Villa' romana e a população
'moura', o que pode ter motivado a origem do nome da povoação.
Contudo no século XI, ocorreu o total abandono da localidade em
virtude dos constantes ataques piratas e do assoreamento do porto.
As
memórias de outros povos ficaram paradas no tempo até que foram
desvendadas pelo arqueólogo algarvio José Farrajota, em 1963. A par
da construção do maior complexo turístico de luxo, com dezenas de
hotéis, campos de golfe, casino, discotecas, clube de ténis, clube
de mergulho e uma moderna marina na antiga Quinta do Morgado de
Quarteira, nasceu também o Museu Cerro da Vila, a escassos metros da
Marina de Vilamoura e onde podem ser visitados todos estes vestígios.
As ruínas estão classificadas como 'Imóvel de Interesse Público'
desde 1977.
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