segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Em cada serra há um Algarve


O Algarve ficou mundialmente famoso pelo mar e pelas suas praias deslumbrantes. Mas no mesmo território há outro Algarve: o da serra. Onde há aldeias típicas, produtos endógenos, artes tradicionais, costumes, gastronomia própria, o verde das florestas e ribeiras aqui e ali.

Caldeirão, Monchique e Espinhaço de Cão são os nomes das três serras do Algarve. E quem chega ao Sul vindo pelos caminhos do Norte têm que por elas passar para chegar. Os árabes chamavam-lhe Munt Sáquir, o equivalente a montanha sagrada. Hoje já não são assim olhadas, mas são elas que continuam a marcar a entrada na região.

A Serra do Caldeirão é das três a maior cordilheira algarvia. Estende-se desde a Ribeira de Odelouca (Alcoutim) até aos planaltos do nordeste algarvio e chega a ter uma altura de 589 metros. O nome vem dos amplos vales, que se assemelham a 'caldeirões', encerrados entre montes. As pequenas aldeias típicas instaladas convivem bem com a fauna que por ali ronda, como o coelho, a lebre, o javali ou o veado, que emprestam sabor a uma gastronomia muito típica, ou com as 150 espécies de aves já identificadas, como a águia-de-bonelli. E entre sobreiros, azinheiros, pinheiros e eucaliptos, há ainda espaço para a oliveiras, amendoeiras e alfarrobeiras.

A Serra de Monchique é que se apresenta mais frondosa e mais nebulosa. A água é um elemento abundante na paisagem, em nascentes, fontes e ribeiras. E não podemos falar dela sem mencionar as termas medicinais muito procuradas. A vegetação é abundante até aos seus 902 metros de altura, o ponto mais alto da serra e do Algarve. Os pinheiros, os castanheiros e os medronheiros sobressaem na paisagem, onde também existem camélias, acácias e magnólia. Das suas terras saem alguns dos produtos mais típicos do Algarve, como o medronho, muito apreciado em aguardente, e as castanhas.

Das três, a Serra de Espinhaço de Cão é a que se encontra mais a oeste. Com apenas 248 metros de altitude, tem no marco geodésico da Poldra o seu ponto mais alto. As suas encostas húmidas são locais férteis para plantas que não se encontram noutros pontos do Algarve, como samoucos, lianas, urzes e fetos.

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