O
Algarve ficou mundialmente famoso pelo mar e pelas suas praias
deslumbrantes. Mas no mesmo território há outro Algarve: o da
serra. Onde há aldeias típicas, produtos endógenos, artes
tradicionais, costumes, gastronomia própria, o verde das florestas e
ribeiras aqui e ali.
Caldeirão,
Monchique e Espinhaço de Cão são os nomes das três serras do
Algarve. E quem chega ao Sul vindo pelos caminhos do Norte têm que
por elas passar para chegar. Os árabes chamavam-lhe Munt Sáquir, o
equivalente a montanha sagrada. Hoje já não são assim olhadas, mas
são elas que continuam a marcar a entrada na região.
A
Serra do Caldeirão é das três a maior cordilheira algarvia.
Estende-se desde a Ribeira de Odelouca (Alcoutim) até aos planaltos
do nordeste algarvio e chega a ter uma altura de 589 metros. O nome
vem dos amplos vales, que se assemelham a 'caldeirões', encerrados
entre montes. As pequenas aldeias típicas instaladas convivem bem
com a fauna que por ali ronda, como o coelho, a lebre, o javali ou o
veado, que emprestam sabor a uma gastronomia muito típica, ou com as
150 espécies de aves já identificadas, como a águia-de-bonelli. E
entre sobreiros, azinheiros, pinheiros e eucaliptos, há ainda espaço
para a oliveiras, amendoeiras e alfarrobeiras.
A
Serra de Monchique é que se apresenta mais frondosa e mais nebulosa.
A água é um elemento abundante na paisagem, em nascentes, fontes e
ribeiras. E não podemos falar dela sem mencionar as termas
medicinais muito procuradas. A vegetação é abundante até aos seus
902 metros de altura, o ponto mais alto da serra e do Algarve. Os
pinheiros, os castanheiros e os medronheiros sobressaem na paisagem,
onde também existem camélias, acácias e magnólia. Das suas terras
saem alguns dos produtos mais típicos do Algarve, como o medronho,
muito apreciado em aguardente, e as castanhas.
Das
três, a Serra de Espinhaço de Cão é a que se encontra mais a
oeste. Com apenas 248 metros de altitude, tem no marco geodésico da
Poldra o seu ponto mais alto. As suas encostas húmidas são locais
férteis para plantas que não se encontram noutros pontos do
Algarve, como samoucos, lianas, urzes e fetos.
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