A
cada domingo de Páscoa, os homens empunham tochas artísticas gritam
em uníssono "Ressuscitou como disse? Aleluia, aleluia,
aleluia". São Brás de Alportel revive a cada ano a ancestral
Procissão de Aleluia.
Os
preparativos começam um ano mês antes com a recolha de flores
campestres nos campos algarvios. São Brás de Alportel é enfeitada
num trabalho minucioso e artístico com um tapete de flores de um
quilómetro. Às janelas e varandas, os residentes colocam colchas
para homenagear a passagem da procissão. À tradição religiosa,
juntam-se os sabores da doçaria tradicional de São Brás de
Alportel e o melhor do artesanato local.
A
tradição da Festa das Tochas Floridas, cumprida anualmente no Dia
de Páscoa, tem um caráter religioso, mas assinala ainda um dos
momentos mais significativos do Algarve: a expulsão das tropas
inglesas comandadas pelo duque de Essex, que saquearam a cidade de
Faro em julho de 1596, pela confraria dos moços solteiros.
Nessa
época, as confrarias eram obrigadas a levar uma tocha acesa ou
luminária e, mais tarde, à falta de cera, levavam paus pintados e
ornamentados com flores. A Procissão de Aleluia começou a ser
realizada nos primeiros anos do século XVII em São Brás de
Alportel, tornando-se uma das mais importantes manifestações
religiosas da região.
Atualmente,
os homens carregam as tochas floridas e formam duas alas para formar
a procissão pelas ruas de São Brás. Apenas os homens podem
carregar as tochas, uma vez que as confrarias eram apenas compostas
por homens.
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