De
olhar certo e porte firme, há uma cabra que se distingue. O pêlo
branco com manchas de tonalidades castanhas ou pretas identificam-na:
é a cabra algarvia, a melhor raça autóctone na produção de
leite.
A
origem desta cabra é tema de conversa. Como explica ao InAlgarve Ana
Paula Rosa, Secretária Técnica do Livro da Raça, da Associação
Nacional de Criadores de Caprinos da Raça Algarvia (ANCCRAL), há
quem defenda que a espécie de cabra algarvia resultou do cruzamento
entre raças espanholas e francesas. Mas pode também ter sido
introduzida por pescadores, vindos de Marrocos.
Certo
é que a cabra algarvia se adaptou perfeitamente às condições do
interior serrano algarvio, onde um tem um habitat propício para a
espécie, em particular em Alcoutim e Castro Marim, onde está o a
maior concentração de animais. Mas há também produtores
registados no Baixo Alentejo e um no Alto Alentejo, em Montargil,
onde um criador seguiu a tradição de família e se dedica à
produção desta espécie.
Aliada
à produção de leite, explica Ana Paula Rosa, está outra
característica que faz desta uma raça particular: em cada
reprodução, o número médio de crias situa-se nos 2, acima da
média de outras espécies de cabras. Em adultos, os machos pesam
entre 60 a 70 kgs e as fêmeas entre 45 a 55 kgs.
Segundo
o livro de registos, atualizado quase diariamente pela
SecretáriaTécnica, há atualmente 3995 fêmeas e 161 machos, o que
perfaz uma média de 30 fêmeas para cada macho.
A
raça é usada em larga escala na produção leiteira, como é
exemplo a Queijaria do Azinhal que produz queijo fresco ou iogurte de
leite de cabra, mas os cabritos também são usados na gastronomia.
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