![]() |
Foto: Paulo Viegas Photography
O
património marítimo do concelho de Tavira já tem uma associação
que pretende defendê-lo e valorizá-lo em diversas vertentes. A Lais
de Guia - Associação Cultural do Património Marítimo foi criada
para desenvolver um trabalho de salvaguarda e divulgação do espólio
material, histórico, oral, social e cultural.
O
nome da Associação não é por acaso. Lais de Guia é um nó
típico, simples e de confiança, feito nas artes de pesca e
marítimas e um dos primeiros a ser ensinados nestas áreas. É o
ponto de partida para conservar e divulgar um património que vai
muito além dos vestígios históricos, mas também está presente
nos saberes das gentes.
Brígida
Baptista, uma das fundadoras, explica que o trabalho dos membros da
Lais de Guia, é "tentar olhar de outra forma, com outra
perspectiva, e ver como podemos valorizar certas coisas que não
vemos noutro sítio". E é um trabalho extenso e vasto dada a
riqueza do património.
"O
objetivo é a salvaguarda e valorização do património marítimo,
do espólio que ainda existe, da armação do Barril, da própria
Santa Luzia com as suas gentes", descreve Brígida, pós-graduada
em Arqueologia Náutica e Subaquática e mestre em Arqueologia.
"Temos histórias das armações de atum, do bacalhau e, no
início do século XX, do polvo", continua, sublinhando que o
objetivo é "pegar nestas singularidades e mostrá-las de outra
forma".
A
História motiva o trabalho da Lais de Guia. "Tavira foi um
grande porto de mar, tanto na pesca da baleia, como pesca do atum,
teve uma grande importância tanto na construção naval para a
Coroa, como porto de importância de apoio às praças portuguesas
que a Coroa tinha no norte de África", relembra Brígida. E
"tudo isso fez o nosso quotidiano fluvial e marítimo estar tão
presente hoje em dia e é isso que tentamos não perder",
garante.
Também
Santa Luzia é um lugar importante neste registo histórico.
Existindo há vários séculos, em 1910, a aldeia de pescadores tem
já "um número significativo de habitantes e uma grande
importância para o município de Tavira". Da vida ligada às
várias atividades pesqueiras, à armação que durante anos se
constituía na Praia do Barril para a pesca do atum, ou na
importância de ser o único porto nacional a dedicar-se em exclusivo
à pesca do polvo, Santa Luzia tem gentes e histórias para
preservar.
A
Associação é composta por uma equipa multidisciplinar, como
explica Brígida: "Temos a parte da arqueologia, a parte da
fotografia, uma historiadora, pessoas de terra, uma guia-intérprete
para passeios e turismo, colaboramos com pessoas ligadas à pesca, à
construção naval".
Formada
em dezembro de 2015, tem já um programa de atividades para dar a
conhecer o património. "Queremos dar continuidade às rotas
turísticas - a rota do polvo e a rota do atum, - queremos fazer
tertúlias, que esperamos que seja mensal, com convidados e
workshops".
As
atividades estão abertas tanto à comunidade portuguesa como
estrangeira. "Queremos ter atividades em que conseguimos falar
em português, mas também em inglês e captar todos os públicos".
Para saber mais sobre a Associação e o seu trabalho pode fazê-lo
através do mail associacaolaisdeguia@gmail.com ou
consultar a página
no Facebook.
|
Sem comentários:
Enviar um comentário