terça-feira, 26 de abril de 2016

Adelfeira, um raro segredo do Algarve

É uma das plantas mais raras do mundo e um dos segredos do Algarve. A adelfeira é uma planta que se pode encontrar na serra de Monchique e mais perto de Odeceixe também e tem o seu período de floração apenas em maio e junho, quando as bonitas flores salpicam de lilás o verde da serra.
 
A adelfeira é também conhecida como adelfa, rododrendo ou até loendro, nome dado a outra planta semelhante e que há distância até se pode confundir. Em Portugal, pode encontrar-se, para além da zona de noroeste do Algarve, na Serra do Caramulo. Fora do País, foi apenas encontrada na Andaluzia, Espanha.
 
Mas nem sempre foi assim. A planta existe desde o período pré-glaciário, quando ocupava toda a Europa. Mas durante o arrefecimento global e consequentes glaciações, ficou restringida a zonas onde não havia formações de gelo. Esta significante alteração climática reduziu o seu habitat a raras zonas.
 
A adelfeira cresce em vales abrigados, húmidos e perto de linhas de água e à sua existência estão associados o feto-real, a flor Campanula primulifolia e a faia das ilhas. É neste habitat que se pode encontrar ainda o Lagarto d'Água, cuja população na região está em risco de extinção devido ao seu isolamento, e a rã-ibérica.
 
Contudo, a adelfeira não é uma perfeita desconhecida. Em tempos, a sua lenha era usada para construir os taipais das carroças de bois. Substituída a força animal na agricultura pelas máquinas, a planta perdeu utilidade, mas nem por isso deixou de embelezar a região.
 
Maio e junho são os meses em que as adelfeiras abrem as suas bonitas flores e pintam a paisagem de lilás, num espectáculo que merece ser visto. Para as encontrar, pode seguir a Rota das Árvores Monumentais, situada em Monchique, que a Via Algarviana preparou em parte do seu percurso. E se vir uma, preserve-a.
 

A sua existência é muito ténue. Contudo é preciso ter atenção: as adelfeiras contêm um tipo de veneno que causa perturbações intestinais, como a diarreia. Ainda assim, e apesar do desconforto, não são mortais.

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