quinta-feira, 12 de maio de 2016

Uma Vila traçada a régua e esquadro


A 30 de dezembro de 1773 nascia Vila Real de Santo António por decreto. Nessa data, era assinada a carta régia pelo rei D. José, que constituía a nova localidade que iria ser construída a partir do zero. Em março do ano seguinte era lançada a primeira pedra.
 
A construção da nova cidade exigia rapidez, devido a contingências da política face a Espanha e à vontade do Marquês de Pombal, ministro do rei D. José. Em agosto de 1774, já estavam construídas as casas da câmara e da alfândega, os quartéis e iniciava-se a igreja. Dois anos depois, em 1776, estava pronta a vila representando os ideais ilumistas que dominaram esta época.
 
A construção da cidade foi decidida pelo Marquês de Pombal, que já tinha conduzido de perto as obras da reconstrução da cidade de Lisboa, aquando do terramoto de 1755. Não é por isso de estranhar, a malha urbana octogonal, centrada na Praça que tem o seu nome, como se a cidade tivesse sido traçada a régua e esquadro. E tal como em Lisboa, os edifícios foram construídos recorrendo a peças pré-fabricadas, que depois eram aplicadas no local, o que possibilitava uma construção mais uniforme e célere.
 
A escolha do local para a construção da vila não foi ao acaso. Junto à fronteira com Espanha, era banhada pelo Rio Guadiana e pelo Oceano Atlântico e por isso iria ocupar um importante ponto estratégico. E antes de ser implementada a vila, já antigos povos a tinham ocupado, como comprovam os vestígios deixados em Cacela. Santo António Arenilha, criada por D. Manuel depois de 1500, foi a povoação que antecedeu a criação da vila.
 
Durante o século XIX, a prosperidade já marcava a vida de Vila Real de Santo António. A pesca de sardinha e atum tornaram a vila num importante ponto conserveiro. Também o seu porto era muito procurado pelos barcos que subiam o Guadiana. A sua importância era tal que foi a primeira a ter iluminação a gás, em 1886.
 

Durante o século XX, a indústria conserveira viria a perder o seu fulgor, nomeadamente após o fim das capturas de atum, na década de 70. A cidade virou-se para o turismo, tendo em Monte Gordo um dos locais mais procurados pelos turistas de toda a região.

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