É
um facto que muitos desconhecem: a Ria Formosa tem a maior comunidade
de cavalos-marinhos do mundo. Na sua maioria pertencem à espécie
cavalo-marinho de focinho-longo (hippocampus guttulatus), mas também
na Ria habitam cavalo-marinho de focinho curto (hippocampus
hippocampus). Outro facto desconhecido é que estão em vias de
extinção.
A
colónia de cavalos-marinhos foi descoberta na Ria Formosa no início
do século XXI, pela bióloga canadiana Janelle Curtis. Nessa altura,
ainda muitos pensavam que o cavalo-marinho era uma espécie
mitológica, como o unicórnio. Mas não. Era real e havia aos
milhares na Ria.
Mas
ainda assim não deixam de ser uma espécie especial. São os machos
que dão à luz. As fêmeas produzem os ovos que colocam numa bolsa
na parte frontal do macho, a quem compete fertilizá-los por um
período entre dez dias e seis semanas. Antes do nascimento das
crias, as fêmeas fazem uma dança com estranhos movimentos em
direção à superfície. As crias crescem muito depressa, mas os
cavalos-marinhos vivem, em média, cinco anos.
As
águas calmas e temperadas da Ria Formosa proporcionam um habitat
fantástico para estas criaturas que não são boas nadadoras – ao
contrário da maioria dos peixes, nadam na vertical. As pradarias
marinhas extensas da Ria têm a dupla função de servir de fonte de
alimento e de abrigo.
Inicialmente
foram descobertos cerca de dois mil indivíduos das duas espécies.
Contudo, o número tem vindo a diminuir devido, principalmente, à
pesca de arrasto, mas também à poluição, à ação humana e à
diminuição de plantas marinhas no fundo da Ria. É por isso que
estão protegidos e têm sido alvo de esforços para serem
preservados.
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