quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Cataplana une os melhores sabores algarvios


É um ícone da gastronomia algarvia e não há restaurante que se preze que não a tenha na sua ementa. A cataplana junta na mesma mesa os sabores do mar, do barrocal e da serra, bem acompanhados de ervas aromáticas. É a junção desses sabores ricos que tanto atrai o paladar de algarvios e turistas.

O termo cataplana tanto denomina o prato como o utensílio em que é cozinhada. A panela metálica, originalmente de cobre ou latão, é formada por duas partes côncavas, unidas por uma dobradiça e fechos que permitem que se unam de forma estanque. Os alimentos são cozinhados a vapor, a baixa temperatura e de forma lenta.

Da origem da cataplana na gastronomia algarvia pouco se conhece. Pensa-se, apesar de não haver registos, que se terá difundido por influência árabe, uma vez este tipo de utensílio tem conexão com a 'tijane' de barro, usada por povos do Norte de África. Mas há também quem diga, de forma ainda menos documentada, que poderá ter sido inspirada em bivalves da Ria Formosa, como as amêijoas, devido às semelhanças físicas e ao facto de serem muito usados em diversas receitas.

A mais famosa das cataplanas é a de peixe e marisco, mas cada receita pode incorporar quase todos os sabores que a imaginação e o gosto conseguirem unir ou os produtos típicos da zona geográfica onde é confecionada.

No litoral, as cataplanas vivem de peixes e os mariscos. Há de bivalves, sardinha, raia e amêijoas ou mexilhões e beldroegas, de camarão, de polvo com batata-doce, de litão e feijão-branco ou de barriga de atum, só para dizer algumas.

Já no Barrocal algarvio, predominam os sabores da terra e as carnes domésticas, como borrego com figos, galinha com batata-doce, ervilhas com chouriço, favas com enchidos e entrecosto, peras, vinho e especiarias ou de bacalhau.

E para manter o apetite subimos à serra, onde encontramos os sabores da caça conjugadas com produtos locais e peixes de rio. É o caso da cataplana de lebre, de javali, de perdiz com cogumelos-silvestres, de coelho-braco e túberas, de enguias com milho branco, de peixe-mujo com hortelã da ribeira, de lampreia, achigã e poejo ou migas de pão com café.

Com tanta variedade, o difícil é escolher. A cataplana é por si um símbolo do património gastronómico algarvio que partilha a notoriedade com os melhores sabores da região.

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