A
beleza natural aliada à humanidade e à espiritualidade confere à
Ponta de Sagres um catáter místico. Há quem lhe chame por isso o
Promontório Sagrado, também pela vertente religiosa que assumiu
desde tempos remotos. Por uma ou outra razão, o extremo sudoeste da
Europa continental continua a atrair visitantes, que continuam sem
desvendar o mistério deste local.
Os
vestígios mais antigos encontrados na Ponta de Sagres datam do
período Neolítico, entre o século quarto e o terceiro a.C., com a
presença de menires e cromeleques a assinalar já a componente
espiritual da zona.
O
nome 'Sagres' deriva da presença romana na região. Também este
povo se encantou pela região, onde o pôr-do-sol dava nova vida à
agua. Da sua presença, restam ainda uma residência, termas e
tanques de salga de peixe e até um centro de cerâmica com três
fornos que seriam usados na produção de âncoras.
Já
durante o período cristão, foi construída uma ermida em honra de
São Vicente, cujo corpo ali terá dado à costa. A Igreja do Corvo,
nome dado pelo pássaro que seguia o cadáver do mártir, chamou ao
apelo de peregrinos, que ali rumaram durante séculos, mesmo quando a
Dinastia Omíada já governava a região e a ermida se passou a
denominar Kaniçat al-Ghurab, juntando cristãos e muçulmanos.
"Aqui
onde termina a terra e o mar começa" havia de marcar também o
início de uma nova era a uma escala, à época, desconhecida. Seria
no cabo do mundo, como durante séculos foi conhecido, que o Infante
Dom Henrique delineou os planos para conquistar além mar. Essa
primeira marca na globalização valeu ao Promontório o título de
Património Europeu, atribuído pela União Europeia.
A
Fortaleza de Sagres, um prolongamento humano do rochedo natural, foi
construída durante o século XV, durante os planos expansivos
portugueses. A sua importância levou o pirata Sir Francis Drake a
destruí-la durante o século XVI. Mais tarde voltou a ser
reconstruída e foi durante séculos a principal praça de guerra do
sistema marítimo geo-estratégico. Atualmente está classificada
como Monumento Nacional e é o espaço cultural mais visitado a sul
do Rio Tejo.
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