segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Há vestígios e nomes árabes em São Brás


A primeira referência à existência da alcaria de Sanbras surge numa obra do século XIII escrita por por Ibn al-Abbar, onde surge sob a forma de Xanabûx. A povoação já existia durante a ocupação romana e continuaria durante a ocupação islâmica.


A alcaria de Sanbras integrava por essa altura os mapas da comarca regional de Santa Maria de Ossonoba, que se viria a designar Faro. Não existem dados concretos, mas terá sido uma povoação islâmica fortificada de três ou quatro hectares, que estaria relacionada com o hisn (castelo) de Burtala, referido pelo geógrafo árabe al-Idrisi (séc. XII) e atualmente identificado no Vale de Alportel.


Pelo concelho, os vestígios materiais e imateriais do período islâmico sucedem-se. Diversos materiais recolhidos em vários sítios arqueológicos, compreendidos entre os séculos X e XIII, mostram a existência de uma rede de povoamento, que se dividia em alcarias ou casas rurais, que se dedicariam sobretudo à atividade agrícola.


A pesquisa arqueológica permitiu já identificar louça de mesa, de cozinha, de armazenamento e de construção. Foram também encontrados artefactos metálicos, como amuletos com inscrições religiosas e um conjunto de moedas.


Além dos registos físicos, há também o património imaterial que permanece sob a forma de lendas das mouras encantadas ou nas toponímias de algumas povoações que remetem para a presença islâmica neste território: Fonte do Mouro, Cerro da Mesquita, Mesquita Alta ou Mesquita Baixa.


A Crónica da Conquista do Algarve, datada do século XIII, coloca a célebre batalha de Bisbarat, entre os cristãos comandados por D. Paio Peres e islâmicos, no sítio do Desbarato, nos limites do atual concelho de São Brás de Alportel com Tavira.

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