Há vestígios e nomes árabes em São Brás
A
primeira referência à existência da alcaria de Sanbras surge numa
obra do século XIII escrita por por Ibn al-Abbar, onde surge sob a
forma de Xanabûx. A povoação já existia durante a ocupação
romana e continuaria durante a ocupação islâmica.
A
alcaria de Sanbras integrava por essa altura os mapas da comarca
regional de Santa Maria de Ossonoba, que se viria a designar Faro.
Não existem dados concretos, mas terá sido uma povoação islâmica
fortificada de três ou quatro hectares, que estaria relacionada com
o hisn (castelo) de Burtala, referido pelo geógrafo árabe al-Idrisi
(séc. XII) e atualmente identificado no Vale de Alportel.
Pelo
concelho, os vestígios materiais e imateriais do período islâmico
sucedem-se. Diversos materiais recolhidos em vários sítios
arqueológicos, compreendidos entre os séculos X e XIII, mostram a
existência de uma rede de povoamento, que se dividia em alcarias ou
casas rurais, que se dedicariam sobretudo à atividade agrícola.
A
pesquisa arqueológica permitiu já identificar louça de mesa, de
cozinha, de armazenamento e de construção. Foram também
encontrados artefactos metálicos, como amuletos com inscrições
religiosas e um conjunto de moedas.
Além
dos registos físicos, há também o património imaterial que
permanece sob a forma de lendas das mouras encantadas ou nas
toponímias de algumas povoações que remetem para a presença
islâmica neste território: Fonte do Mouro, Cerro da Mesquita,
Mesquita Alta ou Mesquita Baixa.
A
Crónica da Conquista do Algarve, datada do século XIII, coloca a
célebre batalha de Bisbarat, entre os cristãos comandados por D.
Paio Peres e islâmicos, no sítio do Desbarato, nos limites do atual
concelho de São Brás de Alportel com Tavira.
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